Por Fábio Mazzitelli, estadao.com.br
João Gomide, pai de Sandra Gomide, assassinada em agosto de 2000
Em uma cadeira de rodas, com o telefone no colo, João Gomide, de 72 anos, era um senhor de sorriso fácil na manhã de quarta (25), apesar do fêmur esquerdo quebrado e do câncer do reto que o deixou sob cuidados médicos permanentes nos últimos meses. Aos telefonemas de familiares e jornalistas, respondia com a paciência de quem esperou 11 anos pela prisão do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, assassino confesso de sua filha, Sandra.
Durante as conversas, comparava a prisão do jornalista a um 'prêmio', confessava que já não tinha mais esperanças de vê-lo preso e convidava alguns dos interlocutores a conhecer a casa de dois quartos para a qual se mudou neste ano, em uma rua sem asfalto na periferia de Suzano, na Grande São Paulo.
No quintal da residência, sob o olhar da vira-lata Neguinha, o aposentado falou ao Estado demonstrando uma vontade de viver que, segundo a família, não existia nas últimas semanas.
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