Por Eugênia Lopes / BRASÍLIA, estadao.com.br
A maioria das propostas de reforma política que serão entregues hoje ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não deverá sair do papel. A exceção deverá ser a aprovação do fim das coligações nas eleições proporcionais.
Líderes de partidos aliados e de oposição consultados pelo Estado apostam que Senado e Câmara deverão restringir a reforma política à chamada 'perfumaria', como a mudança da data da posse do presidente da República, governadores e prefeitos, sem mexer profundamente no sistema eleitoral brasileiro.
'Essas propostas da comissão serão um ponto de partida, um pano de fundo para discutir a reforma política', resume o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
'A convergência partidária será construída na Comissão de Constituição e Justiça', completa o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL). 'Sem desmerecer o trabalho da comissão, todas as questões serão alvo de debate. Há muita discordância', diz o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR).
Garoto-propaganda. Na semana que vem, o PT vai convidar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se engajar numa campanha a favor da reforma política. A avaliação é que a reforma só tem chances de sair do papel com a participação da sociedade, a exemplo do que ocorreu com o movimento em prol da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que proibiu os políticos que respondem a ações na Justiça de se candidatarem. 'Só vamos ter uma reforma política profunda se tivermos um envolvimento da população', afirma o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
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